This page is a way of sharing my experiences on some seminars/conferences I have attended until now. In some I was just an attendee, in others I went as a participant/speaker and some others I went as part of an organizing group of the event. I also share some of the things I wrote there.
On January 2023 we (Cristiana Santos, Sofia Azevedo, Sofia Ferreira and myself) got an article published in Derivas #6, a semestral publication organized by the PhD in Artistic Education and i2ADS (Research Institute in Art, Design and Society) from the Faculty of Fine Arts, University of Porto (FBAUP). This 6th edition of Derivas is about Practices and Epistemologies of Arts Education in CPLP, focusing on the cases of Cape Verde and Mozambique. Our contribution was titled “A paragem do tempo”. You can access the full text here.
On 30th September and 1st October 2022 I was involved in providing printed materials and co-organizing the second seminar of CREAT–ED (EXPL/CED-EDG/0824/2021) – The Historicization of the Creative Child in Education, a project funded by FCT (Foundation for Science and Technology), where I am part of the team as a master's degree scholarship holder for one year until February 2023. The event was held at AL859 – Art Space, Porto.
Between July 13th and 16th of 2022, I went to my first KISMIF (Keep It Simple, Make It Fast) at FLUP (Faculty of Arts and Humanities of University of Porto) as an attendee. The experience was out of the ordinary. Something to repeat, for sure.
Between July 7th and 9th of 2022, I went to the International Congress of School, Identity and Democracy sharing some thoughts about education. I participated with two abstracts: one held by myself which you can read next and a second one done collaboratively with colleagues of my master's degree in Visual Teaching: Cristiana Santos, Sofia Azevedo e Sofia Ferreira titled “À procura de uma horizontalidade pedagógica dentro da esmagadora máquina escolar”.
A ocupação dos tempos livres
A ocupação dos tempos livres surge como uma redundância, onde “preencher” o que seria “livre” torna-se imperativo. Um “livre” que se poderia aproximar da ideia de ócio: «que não consiste em não fazer nada mas sim em fazer muitas das coisas não reconhecidas pelas formulações dogmáticas da classe dominante» (Stevenson, 2016, p.11). Porém, esse ócio é equiparado à ideia de vadiagem e, por isso mesmo, tende a ser combatido e anulado. Daí, a ocupação dos tempos livres.
Esta reflexão surge como um pequeno desabafo da minha curta e recente experiência nas atividades extracurriculares, que tanto me fizeram olhar para a escola e ao que por lá se faz com olhos desconfiados. Não sei o que é suposto fazer nas ditas expressões e caio na falácia das manualidades. Ouço alunos dizerem que odeiam aquilo, que não sabem desenhar, que são burros, que estão cansados e que querem ir para casa.
Por acreditar, talvez erradamente, que eles precisam de sentir aquele tempo como livre, deixo-os ser. Tratam-me ora por “tu”, ora por “você”. Nem eles parecem ter a certeza se sou uma professora “a sério” ou não. Andam pela sala livremente. Juntamos as mesas e, enquanto modelamos barro ou pintamos com guaches, deixo-os falarem do que lhes apetece. Conversas sem sentido, riem e cantam as suas músicas.
Deixo de preparar o que quer que seja. Deixo-os sentarem-se nas mesas, no chão… e ouço, no meio de um pranto de lágrimas: “Hoje não fizemos nada”. Respondo que nem sempre temos de fazer alguma coisa. E, a pouco e pouco, vamos vadiando. Não sei bem o que estou a fazer. Sou inundada pela dúvida, pela hesitação e pelo medo. Porém, sinto que estou no caminho certo, pois, alguém disse um dia, que a arte não está aqui para facilitar a vida a ninguém.
On May 30th and 31st of 2022 I participated in the conference combART, held at FLUP. At that moment I was doing my curricular internship (due to my master's degree in Visual Teaching) at Escola Artística e Profissional Árvore, under Raquel Morais' orientation, in her 10th year class of Design and Graphic Production. This internship was done between October 2021 and July 2022. The abstract presented to combART was about a specific exercise/proposal held in the class, being that a key-moment of the internship evaluation.
À contra(f)ação!
«Os monstros existem, mas são muito pouco numerosos para que sejam verdadeiramente perigosos; os que são mais perigosos são os homens comuns, os funcionários dispostos a acreditar e a obedecer sem discutir» (Primo Levi as cited in Gros, 2019, p.7). Esta não sou eu. Vejo-me como uma anti-funcionária. Uma professora estagiária que (ainda) acredita que devemos desobedecer, sempre que possível. Ser radical, de forma gentil. Daí, sentir que tenho de salvar os “meus” alunos do lugar onde estão. E sim, falho de imediato, perante essa atitude salvacionista. Porém, reconheço-a e sei que ela está ali, o que me parece ser um bom ponto de partida para avançar.
A proposta para os “meus” alunos — possíveis futuros designers — seria a da contrafacção. Contrafação significa fingimento, simulação, disfarce, falsificação de produtos e valores, de modo a iludir a sua autenticidade. A ideia de contrafazer pressupõe o ato de pararmos de fazer coisas, talvez uma ecologia do fazer, do produzir. Uma tentativa de dirigirmo-nos a um ócio, entendendo-o como uma outra forma de trabalhar, que não a instaurada hegemonicamente. Contrafazer envolve uma atitude duvidosa. A partir da contrafacção queremos pensar um direito a ofender, queremos a liberdade de expressão e um boicote ao politicamente correto. Pretendemos transgredir a norma, desobedecer.
A proposta de contrafação — mais do que apenas a criação de um logo — surge como um ato crítico e subversivo contra o que tem sido o lugar do design gráfico nas indústrias criativas: o de melhor amigo do capitalismo e o de impulsionador do crescimento económico. Um logo é assumido como um sinal/significado de qualidade, autenticidade e identidade. Porém: «Há muito mais do que um logótipo ou estilo na marca. É uma manifestação de poder» (Metahaven as cited in Plater, 2021, p.131).
A proposta da contrafacção pretende pensar uma identidade visual que habite, quer na ficção, na realidade, na utopia, ou na distopia, mas que seja uma contra-acção. Pretende-se que o designer deixe de pôr ordem no caos e que faça parte desse caos. Deseja-se que o designer possa ilustrar, representar o uncanny: o que resiste à significação e à apropriação, tentando boicotar o trabalho para o qual foi desenhado — o constante impulso de capturar, de levar as margens para o centro e vice-versa, num ciclo infinito de deslumbramento. Queremos afastar a ideia do design como processo e produto de valor acrescentado.
Entendemos a proposta de contrafação como um exercício que tira partido do tipo de criatividade que pretende subverter o que está hegemonicamente instaurado e definido, partindo de exemplos de identidades contrafeitas, como a do Porto Morto, que refletem sobre a transformação de cidades em marcas e a sua inerente promoção gentrificada. Assim sendo, pretende-se estimular a criação de uma identidade visual que não queira um lugar no mercado, mas sim uma reacção. Uma posição informada, interessada e crítica, onde podemos — nós, designers — ser como o Bartleby e recusar, educadamente: “Preferiria não o fazer”.
On March 2nd, 3rd and 4th 2022 I was involved in providing printed materials and co-organizing the first public seminar for CREAT–ED (EXPL/CED-EDG/0824/2021) – The Historicization of the Creative Child in Education. The event was held at the Exhibition's Pavilion of the Faculty of Fine Arts of the University of Porto (FBAUP).
On December 1st, 2nd and 3rd 2021 I went to CIAEP (International Congress of Arts, Education and Post-digitality), held at Faculty of Educational Sciences of the University of Seville, Spain, together with my master's degree in Visual Teaching colleagues Cristiana Santos, Sofia Azevedo e Sofia Ferreira. We participated in the conference with an abstract titled “Uma Utopia de Horizontalidade Pedagógica” about our experiences in Cabo Verde and our recent ones as school trainees.
On October 4th, 5th and 6th 2021 we (Cristiana Santos, Sofia Azevedo, Sofia Ferreira and myself) were part of the support group in the organization of the 7ei_ea (International Meeting on Arts Education) held in, Mindelo, Cape Verde, at FaED | Uni-CV, Faculty of Education and Sport of Cape Verde.
During the months of July, August and September 2021 I was responsible for the secretariat of the IV EIRPAC (International Meeting of Reflection on Community Artistic Practices) as well as some logistic doings during the event, which was held at FBAUP. I was working in close relationship with i2ADS. In the first months of 2023 I'm still involved in the editorial group responsible for organizing a proceedings book of the event.
On May 21st and 22nd 2021 I attended the 8th EPRAE (Meeting on Research Practices in Art Education) organized by the Artistic Education PhD and i2ADS from FBAUP and held at the same institution.
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On October 11th 2019 I participated on MYETI (Meeting on Youth Education Through Illustration) organized by i2ADS (Research Institute in Art, Design and Society) and YETI/Quinta das Relvas. The meeting took place in the Faculty of Fine Arts, University of Porto. I was there talking about “O processo criativo como autoterapia: narrativas visuais sobre morte, luto e o sentimento de perda na adolescência” concerning my final project in the Image Design MA (2016-18) at FBAUP.
On July 13th, 14th and 15th 2018 I participated in CONFIA (International Conference on Illustration & Animation), held at Esposende, Portugal and organized by School of Design at IPCA (Cávado and Ave Polytechnic Institute) concerning my master's degree final project in Image Design (2016-28) at FBAUP. Besides the abstract acceptance, I had a full article published in a proceedings book. You can read the abstract next.
Visual narratives about death, grief and the sense of loss in adolescence
This paper is part of a master’s degree project, still in progress, in the field of Image Design, which title is: Visual narratives about death, grief and the sense of loss in adolescence and it will be presented to the Fine Arts Faculty of the University of Porto. The project as the main goal to reflect about the key-role of illustration and writing when creating visual narratives that aim to reflect a theme that is so intimate, human and extremely personal, which is the death of a father. We talk about the illustrator as a character, through the ability that the illustrator has when portraying himself through autobiographical narratives. We also approach the idea of the illustrator as an interpreter, by the way he, himself, is his own interpreter able to, at the same time interpret what he feels and the outcome of his own work, seeking for solutions that provide a self-therapy.
We approach briefly methodological questions about the fact of this project being an autoethnographic act, where the subject that investigates is, at the same time, the object of research. Being aware of the analytical difficulties underlying the construction of an umbilical project like this, there is a greater need to blur the relationship between private and public. The vulnerability and honesty of the author become the key elements of the project. This project proposes an approach to graphic visual narratives, with a strong concern in the intuitive, meditative and therapeutic process of the drawing and, in the way images are mentally recollected by the author through rituals of memory. The images, somewhat abstract-looking, most of them made through blind-contour drawing exercises, allow the reader a wider perspective to imagine and to recreate the image. The captions and some written moments show the reader the path to walk but are entirely up to the reader to let himself absorb and re-interpret each image and each context, allowing each image to speak for itself.